A pesquisa-ação no Espaço de Convivência e Intervenção com pessoas que apresentam condições genéticas de Síndrome de Down (SD) (conhecida mundialmente como trissomia do 21 ou T-21) teve inicio no ano de 2011.
O trabalho fundamenta-se na Neurolinguística Discursiva e na Teoria Histórico-cultural, pois para ambas a linguagem é uma atividade que pressupõe uma contextualização histórica que se realiza por meio de práticas discursivas intencionais socialmente mediadas, ou seja, não há possibilidade nenhuma do desenvolvimento da linguagem fora de situações relacionais orientadas.
A apropriação da linguagem permite que a criança ou jovem possa interagir com outros e se apropriar de toda riqueza produzida por uma determinada sociedade, além disso, a internalização da linguagem possibilita a organização do pensamento.
Consideramos que todas as crianças, sejam elas típicas ou não, aprendem quando lhes são dadas as condições necessárias. Para Vigotski uma criança que apresenta uma dificuldade não é uma criança menos desenvolvida, apenas se desenvolve de maneira diferente. Compreendemos que o cérebro é um órgão plástico que possibilita rearranjos em caso de comprometimentos.
No ECIN-Fala Down, são atendidas, de forma individual, semanalmente, 16 crianças de 2 meses a 4 anos. Com elas, desenvolvemos trabalhos de estimulação inicial com bebês, pois sabemos que quanto mais cedo iniciarmos a estimulação mais chances a criança terá em relação à apropriação de linguagem. Além disso, são feitas orientações aos pais, pois estes são aliados nesse trabalho. são atendidas, de forma individual, semanalmente, 7 crianças de 4 a 10 anos, que estão na fase da escolarização, trabalhamos a linguagem escrita e são dados suporte à escola, por meio de orientações e palestras.
São atendidos 18 jovens e adultos de 15 a 40 anos, semanalmente. Com eles, é realizado um trabalho de convivência e intervenção, em grupo, por meio de atividades que favorecem o pensamento abstrato como a interpretação de piadas, compreensão de histórias em quadrinhos e atividades que envolvem metáforas.
Além disso, são realizadas atividades que todos os jovens e adultos fazem, estimulando a autorrealização e independência, como festas, ida a shows, realização de passeios, culinária, etc.
Além dessas atividades, os participantes da pesquisa fazem aulas de espanhol que são ministradas pela Profa. Laíse Araújo Gonçalves, egressa do mestrado, e tem aulas de música ministradas pelo Prof. Weldon Ribeiro, parceiro da Clínica MoviMente.
É fundamental ressaltar a integração universidade e sociedade neste trabalho que conta com parcerias importantes, sem as quais muitas das atividades não seriam possíveis:
Associação Conquista Down – promovemos ações conjuntas. Eles direcionam bebês e jovens. Além disso, congregam os pais e familiares para fazermos palestras. Juntos, promovemos, também, encontros (como noite do pijama, festas, jantar etc), passeios com os sujeitos da pesquisa-ação.
Clínica MoviMente – contamos com a parceria/colaboração da Terapeuta Ocupacional Rose Moitinho e do Prof. Weldon Ribeiro, além do espaço cedido para as atividades de culinária e aulas de música, pois o físico do LAPEN é pequeno e não temos, ainda, cozinha, que importante para o nosso trabalho, e nem espaço para aulas no LAPEN.
Clínica Integrar – contamos com a parceria/colaboração também importante. A Clínica Integrar realiza o exame de audição de nossos sujeitos da pesquisa-ação de forma gratuita, quando há necessidade. Cede o espaço, aos sábados, para atendimento, semanal, a mães que vem de diferentes cidades do interior da Bahia. Cede o espaço para que especialistas em T21, como a Dr. Erica Coelho, do Rio de Janeiro, que trazemos, possa atender e avaliar, em Vitória da Conquista, as crianças que sujeitos da nossa pesquisa-ação.